II Seminário Inclusão e Acessibilidade - Manhã

O seminário, que iniciou-se pela manhã teve como primeira palestra "Cidade acessível: instrumento de inclusão social" com a Profa. Ms. Luciana Néri Martins (Feevale), falando sobre a falta de acessibilidade arquitetônica nas cidades brasileiras.

A palestrante comenta sobre como as cidades são particulares e foram surgindo de forma diferenciada, bem como nas cidades existem pessoas diferentes, com necessidades diferentes, sendo para essas, que as cidades são feitas.

No ano de 2000, uma pesquisa realizada pelo censo do IBGE, afirmou que 24,5 milhões de brasileiros possuem algum tipo de necessidade especial e, se contarmos com os envolvidos com essas pessoas, o número aumenta consideravelmente, sobe para 165 milhões de brasileiros envolvidos com a acessibilidade.

A palestrante enfatizou a pergunta: Será que é possível construir uma cidade para todos?
Infelizmente ainda existem barreiras que retardam essa conquista, como Barreiras Físcas, Tecnológicas, Sociais e Atitudinais.

As Físicas referem-se aos degraus, falta de espaço para cadeirantes, ausência de rampas. As Tecnológicas que surgiram para facilitar certas defciências, não abrangem todas as necessidades. As Sociais, aos espaços públicos , que deveriam ter espaços para pessoas com deficiência, mas não dispõem de certos benefícios. Ainda, e a pior de todas, há as Barreiras Atitudinais, uma questão pessoal, consciente, atitudes de cada um.

A palestrante ainda em sua apresentação, passa um vídeo e finaliza com uma possível solução, em que cabe às escolas de arquitetura passar aos seus alunos (futuros profissionais) a conscientização de que é necessário construir uma cidade para todos.

A segunda palestra teve como tema "A discriminação das pessoas com deficiência no mundo do trabalho e a atuação do Ministério Público do Trabalho", Márcia Medeiros de Farias (Procuradora do Trabalho - RS), e iniciou falando que as pessoas são diferentes, com diversos estereótipos, seja por sua cultura, religião ou raça. Então porque existe um preconceito em relação as pessoas com deficiência, sendo elas consideradas diferentes se todos nós somos diferentes? Quando nos referimos à uma pessoa como "diferente", estamos de certa forma criticando e ofendendo a mesma.

Temos que lidar com as diferenças, respeitá-las e aceitá-las. Saber reconhecer que existem direitos que são de todos, independente de qualquer fator. Assim com há direitos específicos para certas necessidades. Temos que aceitar as diversidades e saber que a partir dela vamos evoluir.
Fala ainda fala sobre a omissão das pessoas na questão da discriminação e da nossa incapacidade de lidar com elas.

Após comenta de um estudo de sociologia sobre "pessoas invisíveis", onde são desconhecidas socialmente por trabalhar com cargos de baixa percepção (garis, bibliotecários, porteiros) e assim não são incluídos, assim como os deficientes.

As empresas no geral não cumprem as leis de cotas para deficientes pois tem receio de não ter estrutura suficiente para abrigar um funcionário com necessidades especiais. E mesmo aqueles que contratam, preferem um deficiente auditivo à um cadeirante por exemplo, por questão de espaço físico.

E a palestrante Márcia Medeiros termina com uma frase : "A questão da discriminação não se resolve com dinheiro, mas sim com educação" - ressalta ela.

Após, aconteceu a Mesa redonda mediada pela Prof. Dra. Jacinta Sidegum Renner (Feevale), com perguntas sobre o tema tratado durante toda a manhã. O público foi participativo, questinando as palestrantes e esclarencendo suas dúvidas.

As fotos tremidas são de minha autoria (Sandra).


Prof. Dr. Éverton dos Santos, Coordenador do Mestrado em Inclusão Social e Acessbilidade, na abertura do seminário. No detalhe, a intérprete de Libras.
Prof. Dra. Luciana Néri Martins, em excelente palestra sobre cidades acessíveis.

Procuradora do Ministério de Trabalho, Márcia Medeiros, aborda a discriminação de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Muito boa a digressão sobre diferenças, estereótipos e invisibilidade social.
Sandra e Bruna


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